17 de fev. de 2008

Infinito ou Eterno?

Pensando sobre a semana que passou, pude perceber que meu tempo tem rendido boas coisas à minha vida.

Para explicar o título é simples. Fui capaz de confundir eterno com infinito na poesia, mas depois consertei.

Ontem foi meu primeiro dia de aula na Especialização e eu consegui dar umas piscadas prolongadas durante o turno da manhã de tão cansada que estava.

Estou na noite desde quarta - feira. Minha mãe tá feliz com isso, vocês não imaginam.

Sexta-feira fui no casamento de um amigo. Chorei, gente. Sou sentimental. Principalmente quando o juiz ou pastor, ou sei lá quem celebrou a cerimônia, citou Vinicius ao contrário: "Que não seja infinito enquanto dure, mas seja eterno."

Hein? Como assim? Não dá. Isso é brincadeira. Não mexam no meu Vininha, não estrague a poesia de "Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure". Eu não pude aguentar. Derrubei todas as lágrimas e nem desfiz a maquiagem.

Eu perdôo a falta de poética do meu amigo celebrante. Perdôo porque sei que as pessoas não desejam fugacidade.Perdôo porque também desejo algum amor que não seja infinito apenas enquanto dure, mas que seja eterno, posto que é amor, e não chama.

A casca dura tá quebrando? Não. Mas até ovo tem moleza por trás da casquinha.

Por enquanto, vou estudar. Afinal, percebi que eu sei pouco do que estudei e agora tô indo lá para os meus livros tentar compreender o assunto da próxima aula!

















Soneto de Fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
.

(Vinicius de Moraes. Estoril - Portugal, 10.1939. in Poemas, sonetos e baladas.)

11 comentários:

Little Mermaid disse...

meu 1º "golinho" aqui no soda cáutica e guaraná, que visito com muita frequencia, é num post especial..
especial por conter minha poesia preferida!
parabéns pelo blog, natália!
eu sou fã dele!!

beijo*

Medella disse...

Casamento com direito a releitura de um clássico! Certamente isso é para poucos! rsssss

Bjos!

Anônimo disse...

Hehhe

Tbm sou choronaa*

beijão

Cansei de ser abduzida disse...

Nesse caso foi por uma boa causa modificar o clássico, perdoavel sim!

beijos.. te cuida bem!

Medella disse...

só uma dúvida: por que tenho só "certa razão" no que escrevi? rsssss

Bjos!

Medella disse...

só uma dúvida: por que tenho só "certa razão" no que escrevi? rsssss

Bjos!

Vinicius Cabral disse...

Meu xará "de Morais" é o maior filósofo amoroso que eu já li!
rsrsrsrs

Mas eu acho que o celebrante do matrimônio mandou bem...

Dois cigarros e um café. disse...

Casamento??? Fujo até da cerimônia... heheheheheheh. Tô de sacanagem kkkk
Vc gosta de poesias!!! Isso é legal, eu não consigo compreendê-las! Deve ser porque precisa ter um coração...


Beijundas

Mila disse...

Eu fico puta da vida quando mudam alguma coisa que eu gosto. Seja música, poesia... qualquer coisa!
rs
E esse Soneto de Fidelidade é lindo demais! Aliás, Vinícius é Vinícius, né...

Bjs

Vinicius disse...

o nome do figura já diz tudo rsrs...

Mafê Probst disse...

Eterno, infinito. No contexto, da na mesma.