28 de mai. de 2008

Para não lembrar de todo o resto que não posso mudar

Quem nunca quis mudar o mundo? Ter a ousadia de dar alguns passos a frente ou até mesmo a coragem de dar esses passos para trás?
Quem é que nunca teve vontade de mudar de direção de repente? Andar contra o vento, ficar na chuva, deixar-se levar pela correnteza do rio?

Eu já acordei com vontade de mudar o mundo. Mas chutei o canto da cama. Isso foi um acidente, e essa dor me fez esquecer do que eu realmente queria quando acordei, mesmo com o coração ferido...
Às vezes a dor mais recente nos faz esquecer do que realmente nos machuca, ainda que seja menos intensa.
E foi assim que o mundo me mudou e eu mudei minha cama de lugar.

"Sometimes you can´t make it on your own."

Thankfulness

Gostaria de agradecer a todos os meus mimos pelo carinho e recadinhos. Tudo isso foi muito importante pra mim e não esquecerei dessa solidariedade em momento algum.
Acho que agora estamos todos bem. A pior parte já foi, a despedida. Ficamos com a saudade e as lembranças das coisas boas que vivemos ao lado dela.

Sei que, apesar de tudo, ela está num lugar melhor, e quem vai precisar da nossa ajuda é o marido que ficou com o filho por aqui. Tenho certeza que ela encontrou a luz e vai dar muita força pra gente.

Vocês foram partes essencias, para mim, nestes dias. Foi difícil a perda, foi difícil a data, ainda mais por ser meu aniversário... mas tudo vai passar e a Mi vai ficar no meu coração pra sempre, com os olhos brilhantes, o sorriso de criança e aquele jeitinho de provocar os outros, de tirar sarro e estar sempre de bem com a vida. Foi intensa na Terra, viveu tudo que queria viver e vai deixar sempre essa ausência que faz silêncio na nossa alma.

Um beijo no coraçãozinho de todos vocês...
E obrigada, de verdade!

"Só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você..."

26 de mai. de 2008

Reticências

Estava aqui sentada em frente ao computador para poder escrever um post sobre o meu aniversário. Mas nem sempre as coisas são do jeito que a gente gostaria que fosse. Pelo menos, não para mim, não na minha vida. Já até me encontro em estado inerte à essa condição de sobreviver que me impuseram e acho que nada poderá mudar a dor que sinto.

Hoje eu queria falar do que é completar 23 anos ao lado de pessoas que amo e fazem tudo por mim, e dos recadinhos que acalentaram meu ser, mas o destino mudou completamente o assunto e só posso dizer que viver ultrapassa qualquer entendimento.

Minhas orações não foram atendidas, mas nem por isso Deus é menor do que imagino. Ele é grande e poderoso e saberá dar conforto a quem precisar disso.

Há mais de uma semana tenho pedido incessantemente que Deus não a levasse e que deixasse continuar conosco para poder ver o pequeno crescer. Depois deste telefonema, onde nada foi confirmado, meu coração se desespera. Ninguém deu a palavra final ainda, mas tudo leva a crer que não haverá outra. O problema, na morte, é pra quem fica sentindo a ausência. Pra quem vai, é o fim, não da vida, mas da dor e do sofrimento.

Não pedi orações, não falei sobre o assunto porque pensei que ela se safaria. Ela, minha prima, 25 anos, um filho lindo de 1 ano e 6 meses e uma vida todinha pela frente. A mais velha lá na turma e que eu nem tinha mais tanto contato porque o tempo passa, as pessoas seguem seus caminhos mas nem por isso deixam de ser queridas e importantes. Uma dor, de repente, uma infecção. Quase uma semana na U.T.I e uma cirurgia. Aparelhos pra respiração e sedativos. Nada adiantou? Um bebê que pede a 'mama' e que não deixa o pai por medo de ficar sozinho. Corações que se despedaçam. E a saudade que vai ficar aqui comigo se essa notícia se confirmar.

Enquanto torcia para que o telefone tocasse e tudo fosse um susto, ele realmente tocou.

Espero que Deus, na sua imensa plenitude, receba-a de braços abertos.

Peço desculpas a todos vocês. Assim que puder, responderei a todos e voltarei a visitá-los.

Beijos no coração, porque a acidez da vida já me basta.
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"Só em Deus a minha alma tem repouso,
só Ele é meu rochedo e salvação."

23 de mai. de 2008

Indignação não basta....

Essa manhã, crianças brincavam no parque da cidade. Eram muitas crianças de uma mesma escola.

Mamãe estava sentada no banco ao lado de papai, que olhava a brincadeira e o companheirismo dos pequenos.

Bruninho, 6 anos, cara de sapeca, se acomoda.

- Oi, tia.

- Oi, meu bem. De onde vocês são?

- Ah, tia, daqui mesmo.

- Mas é com a escolinha que vocês vieram?

- É sim, tia... a gente mora no Lar. Todo mundo aqui. Aquele ali é o Toninho.

Toninho, com a mão no rosto, aos poucos olha e dá um sorrisão.

- Tia, eu tenho uma irmã também. A Érika, tem nove anos.

- Ah, é?

- É sim, tia... mas eu tô no lar só um pouco. Logo meu pai vem me buscar.

E foi assim que os olhos do pai mais marrento do mundo encheram de lágrimas e até deu aval para que a mãe fosse saber da história do menino pra fazer com que um pai vá realmente buscá-lo. Pode não ser o mesmo pai que o deixou no lar, mas vai ser um paizão pro resto da vida.

Infelizmente, existem milhares de Brunos, Érikas e Toninhos nesse mundão de Deus e nem sempre eles terão um Pai que vá buscá-los para dar um LAR novamente.

"Solidariedade: abrace essa causa e faça a sua parte."
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"A house still doesn´t make a home
Don´t leave me here alone..."
(U2)

Nicest Thing


All I know is that you´re so nice
You´re the nicest thing I´ve seen
I wish that we could give it a go
See if we could be something

I wish I was your favourite girl
I wish you thought I was the reason you are in the world
I wish my smile was your favourite kind of smile
I wish the way that I dress was your favourite kind of style
I wish you couldn´t figure me out
But you´d always wanna know what I was about

I wish you´d hold my hand when I was upset
I wish you´d never forget the look on my face when we first met
I wish you had a favourite beauty spot taht you loved secretly
´cos it was on a hidden bit that nobody else could see

Basically I wish that you loved me
I wish that you needed me
I wish that you knew when I said two sugars, actually I meant three
I wish that without me your heart would break
I wish that without me you´d be spending the rest of your nights awake
I wish that without me you couldn´t eat
I wish I was the last thing on your mind before you went to sleep

All I know is that you´re the nicest thing I´ve ever seen
And I wish we could see if we could be something...

Não consegui achar nada melhor para expressar o que tá pulando aqui dentro hoje... e na falta de palavras, a música sempre abraça o invisível!

21 de mai. de 2008

Entre um pensamento e outro...

Com o tempo, você percebe que todo mundo já sofreu por amor. E ai vem a pergunta: Se o amor é uma coisa tão boa, porque as pessoas sofrem?

Taí uma coisa que eu não entendia e me fez refletir um pouco.

Todo mundo já sofreu. Não adianta você dizer que não. Por mais que aquilo não tenha valido nada, por mais que ele ou ela já não faça sentido nenhum na sua vida, você sofreu, sim! Ah, e ainda vai sofrer...

Mas, por que a gente sofre?

Antes de tudo, quero dizer que passei poucas e boas por causa dessa coisa chamada paixão e que, muitas vezes, nós achamos ser amor... e, por assim dizer, infinito. Sempre me apaixonei pelo tipo 'errado' de pessoa, justamente o galinhão da turma. Geralmente é o estereótipo que mais atrai as meninas, certo? Aquele moço bonito, cobiçadérrimo, engraçado e que, de certa forma, conhece muito bem o poder de sedução que tem. E por ele conhecer tão bem esse poder, seduz a tudo e a todos, inclusive você!

Depois de um tempo, você passa a se cansar do tipo 'garanhão do pasto'. Percebe que eles sempre te farão sofrer, por mais que mude o nome ou o endereço...

Passa a perceber que a felicidade não está ao lado do cara que fala com todo mundo, é super social e vira os pescoços femininos aonde quer que passe. Na verdade, você vai ser feliz de outra forma.

A partir do momento em que começa a descobrir o SEU poder de sedução, vê que todos aqueles caras galinhas estão caindo aos seus pés. Por mais passageiro que seja, serve para deixar sua auto-estima no ápice! E então chega o seu momento de monstra, lição que aprendeu com os vários galinhões que passaram por sua vida...

Ser monstra não significa ser feia, desarrumada ou coisa do tipo. Ser monstra é poder jogar seu olhar sedutor e dispensar o cara com a maior cara de pau dizendo que não vai rolar por falta de tempo. Ou então, melhor ainda, dizer que ele não era o que você esperava.

Não acho que todos os homens sejam iguais. De jeito nenhum... E ninguém é totalmente plano, imutável. Mas os 'tipos pegadores' devem ser sacrificados, sim, senhora!

Sei que nesta altura do post, vários dos meus leitores masculinos estarão me xingando e querendo explodir o blog com a dona dele bem próxima... Mas entendam que isso não é uma manifestação contra os homens e muito menos a favor das mulheres. Isso tudo é apenas uma questão de "pondivista", que por sinal, já foi ultrapassado aqui dentro da minha cabeça.

Estou querendo dizer que nós temos todos os direitos de nos apaixonarmos, mas temos que entender que a paixão pode acarretar muita dor e desilusão. Se não for por falta de reciprocidade, será no fim, quando a paixão terminar de um dos lados. Dessa forma, saberemos aceitar a dor e lidar com ela, sem ficar perdendo os cabelos e secando as lágrimas.

Acredito muito na força que há dentro de nós. Somos responsáveis pelo que fazemos e, muitas vezes, somos responsáveis pelo que fazem conosco. Se você foi enganado uma vez por uma pessoa, a culpa não é sua. Se essa mesma pessoa te enganou por três vezes, meu filho, sinto te informar, mas você é o maior culpado nessa história. Por isso, devemos nos apaixonar, sim... sempre, a todo o momento e não deixar que as desilusões tirem de nós o que é bom nessa vida, mas tudo isso tem que ser moderado, saber que o mais importante na sua vida ainda é você e que a única coisa que não pode te faltar é Deus. Do resto, você não perde nada... e muitas vezes, quando acha que perdeu, tá ganhando!!!

Mas eu ainda não respondi a pergunta: Por que a gente sofre?

Se eu disser que não sei, tá valendo?

Golinhos ácidos!
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"Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser,
pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo,
pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram,
pelo que tentei er correto e não foram comigo.
Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém,
recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação.
Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha,
de pedir que me deixem em paz e só com ela,
como um cão com seu osso.
A única magia que existe em estarmos vivos é não entendermos nada disso.
A única magia que existe é a nossa incompreensão."
(Caio Fernando de Abreu)

20 de mai. de 2008

Para o homem de minha vida:

Meu gosto musical foi culpa dele. Ele me fazia ouvir Chico, Caetano e Tom junto com ele. Foi quem me apoiou na aquisição de cultura, comprava meus gibis antes mesmo de eu entrar na pré-escola. No meu aniversário, ao 10 anos, quando eu queria uma máquina fotográfica, me deu um livro chamado "O Quinze", da Rachel de Queiróz e, naquele momento, eu chorei muito e achei que fosse odiá-lo pro resto da minha vida. Oito anos depois, quando terminei de ler, achei que nunca mais choraria tanto quanto naquela história. E ele mal sabia que eu havia demorado tudo isso pra ler o seu presente. Acho que foi a partir daí que passei a amar os livros.

Ele foi o grande culpado por eu não ter feito medicina. Enquanto insistiam para que eu desistisse da sala de aula, ele brigava com todos e me apoiava, dizendo que eu deveria fazer aquilo que era de meu agrado.

Ah, ele é o homem que mais brigo nesse mundo, talvez porque eu seja o sinônimo perfeito dele, visto que não existem sinônimos perfeitos, somos uma exceção.

Tem dias que gostaria de pedir o divórcio, mas ainda não inventaram esse tipo de separação para o nosso laço. Mesmo assim, sei que não posso viver sem ele em momento algum. É ao lado dele que gosto de comentar minhas descobertas, e sempre é o primeiro a saber das minhas conquistas, embora, muitas vezes, aparente fazer pouco caso delas. Eu sei que isso tudo é só pra não dar o braço a torcer e perceber que a menininha tá crescendo. Sei que, mesmo que não fale, sou o grande orgulho dele. Sim, muitas vezes consegui provar que eu não era aquilo que ele dizia ser, não porque pensasse de verdade, mas talvez por não querer criar espectativas.

Ele é meu companheiro, mesmo brigando e falando que sou burrinha.

E, porque hoje é aniversário dele, resolvi escrever sobre esse homem que me deu a vida e adora atormentá-la... mas, sem ele, eu não existiria e, mesmo que existisse, não seria tão realizada como sou hoje.

Parabéns, PAI, por tudo que significa pra mim.

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"Tu sais je vai t´aimer
Même sans ta présence, je vais t´aimer
Même sans espérance, je vais t´aimer
Tous les jours de ma vie."
(Eu sei que vou te amar, versão de George Moustake)

19 de mai. de 2008

D´alma

Que poder temos nós diante da vida? Somos nada. Conclusão que chego após esses dias, em que vejo as pessoas se desesperando sem poder mover um dedo para ajudá-las. Meu Deus, quão inuteis são as palavras! Não conseguem expressar a dor da gente, que os olhos mentem, mas um abraço denuncia pela força do coração que bate.

Isso não é um lamento. É um grito contido no interior da alma. Um grito de uma ave de rapina. Lúcida e intranquila.

Nada precisa fazer sentido aqui dentro. Não hoje, não agora. Só preciso de força para ser complacente. Contento-me em ser e acreditar. Mas quem acredita? Tu acreditas?

Chego a odiar minhas amadas palavras. Percebo que um léxico não é suficiente nessas horas. Aliás, não me será mais em hora alguma.

Talvez hoje seja um dia de nada. Dia em que as horas sejam sempre zero. Ou menos que zero. Existe algum número que seja menos que zero, que seja nada? Aonde tudo começa e tudo termina, que já era antes mesmo de ser e antes mesmo de sempre? Antes do verbo e de Deus?

Deus, Aquele que tudo pode. E quem mostra a nossa pequenez diante do poder d´Ele. Deus que pode salvar todas as pessoas que não tenho capacidade de ajudar. Deus que conforta sem as palavras impotentes perante a fé.

E eu que pensei poder confortar as pessoas com as palavras, vejo, agora, o tamanho da minha ousadia.
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"Através de meus graves erros - que um dia eu talvez os posso
mencionar sem me vangloriar deles - é que cheguei a poder amar.
Até esta glorificação: eu amo o Nada.
A consciência de minha permanente queda me leva ao amor do Nada.
E desta queda é que começo a fazer minha vida.
Com pedras ruins levanto o horror, e com horror eu amo.
Não sei o que fazer de mim, já nascida, senão isto: Tu, Deus, que eu amo como quem cai do nada."
(Clarice Lispector)

18 de mai. de 2008

Sem Criatividade

Essa semana, visitei o blog da minha amiga Sem Criatividade. Como o blog estava fazendo aniversário e ele não poderia comparecer à festinha, a maluca resolveu fazer uma promoção (para os leitores e pelo seu blog, já que ela diz que só tem 5 leitores).
A promoção é a seguinte:
“Responda à pergunta SemCriatividade no seu blog também e concorra a dois pen drives!”

Portanto, queridos, se quiserem participar, entrem aqui e leiam as instruções!

Pergunta:O que sua mãe faria com um pen drive?

Minha mãe sempre foi uma pessoa muito sem noção. Ela costumava jogar todas as nossas coisas fora, principalmente quando não fazia muito sentido pra ela, uma Joselita total. Com o passar dos anos, ensinamos que não se deve jogar fora sem, antes, perguntar pra que serve.
Outro dia, porém, encontrei minha mãe calçando uma mesa que estava um pouco manca... e, vocês não vao acreditar o que estava sendo utilizado?
Aham, exatamente... o pequeno Pen Drive do meu pai!

Como vocês sabem, sou uma pessoa muito legal que não gosta de deixar os amigos no vácuo e resolvi colaborar com a minha amiga Sem Criatividade para ganhar o pen drive ajudá-la a divulgar o blog!

Golinhos ácidos!

P.S: Fui intimada convidada a participar da promoção, já que ela deu uma inDireta de que a promoção só aconteceria se tivesse 5 inscritos. Isso significa que eu super legal precisaria deveria participar, senão, nada de promoção. Espertinha essa menina!

16 de mai. de 2008

A acidez perigosa

Escrever me exige muita atenção, dedicação e trabalho. É difícil organizar as idéias, pois estas têm sido bem aleatórias ultimamente. Deve ser por isso que consigo desenvolver melhor os meus textos com papel e caneta: vou rabiscando linha por linha com aquilo que sai da cabeça e, por fim, tenho de ler e reler para conseguir ordená-las.

Esses dias me foram muito custosos. Tento escrever diretamente no micro, mas parece que o magnetismo do monitor bloqueia as idéias, ao invés de atraí-las. Engraçado é me deparar com um bloco de folhas pautadas e essas idéias, antes bloqueadas, começarem a formentar. Elas fervem e não me deixam em paz. Mesmo com dor de cabeça, preciso escrever.

Também tenho percebido a dificuldade em narrar histórias e falar das abstrações da vida. Já não tenho mais a acidez que me impulsionava e chegava a ser doce de tão ácida. (Será que tô falando besteira? Excesso de açúcar causa acidez ou excesso de acidez é que adoça?)

As teorias e metalinguagens estão fazendo parte da minha vida com muita frequência e isso me assunta um pouco. Teoria e planos demais fazem me perder a poesia.

Preciso de ajuda. Não quero que a minha poeticidade termine por ser definida.
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"Me transcendi em certo grau de mudez e surdez: vivo por um fio."
(Clarice Lispector)

15 de mai. de 2008

Satisfação

Nunca passou pela minha cabeça abandonar vocês. Por isso, hoje, vim escrever qualquer besteira, para que não se sintam como crianças abandonadas à mercê do destino. (Peraí que agora eu tô morrendo de rir).

As histórinhas do Diário de Classe são fatos 'verídicus'. Sim, eu sou professora. Não me pergunte porque, nem como. Só sei que, quando vi, já tava ali mesmo. Ah, mas eu gosto. Senão de onde eu tiraria minhas histórias mais engraçadas? Afinal, convenhamos, não existe nada mais cáustico que um punhado de aborrecentes, dentre eles emos, punks, metaleiros e homossexuais, juntos numa mesma sala de aula, atormentando uma coitada que fica lá na frente tentando botar alguma coisa naquelas cabecinhas vazias, existe?

Se existe, eu não conheço! Então, Carlos e Rafa, apresenta! rsrsrsrs....

Como, também, não gosto de deixar ninguém no vácuo, já vou explicando que VOU SIM, responder todos os memes e campanhas e briochesfranceses que vocês me indicaram. Vou, prometo! E não sou de falhar com minha palavra... a não ser que eu morra ou algo parecido aconteça! rsrsrsrsrs

Do mais, tá tudo em ordem. Meu projetinho tá caminhando. Já tenho uma lista de livros pra ler. O que não quer dizer que li, ainda. E, bem... minhas aulas estão duplicando. Só pra constar, terça saí as 6h45 am e voltei as 23:20. Legal, né? Além da gripe que me pegou e não quer me deixar. Mas tudo bem, qualquer hora dô um chute na bunda da desgramada e tudo volta ao normal.

Sei que tô usando essa porcaria desse post pra deixar recadinhos, mas... gente... o blog é meu, né? Então, se é meu e as pessoas que lêem são vocês e meus recadinhos são pra vocês, não vejo problema nisso. Como eu disse pra Cristal, a louca lá do Dois cafés e um Cigarro, eu escrevo no blog pra me expressar, se quisesse ser famosa tentava ir pra novela das ocho.

Sabendo que a solidariedade impera aqui, quero pedir outra coisa. Oração pra Vó do Antônio, que já melhorou, né, amigo? Mas que ainda vai melhorar muitooo mais. Então, se vocês puderem, rezem por ela e acendam uma velinha.

Do mais, sinto saudade. Saudade boa, que me aperta um pouquinho, mas ainda é suportável. E essa saudade anda me fazendo muito bem!

Não deixem de escrever, queridos. Mesmo que o tempo de vocês esteja como o meu, assim sufocante e avassalador, pois escrever nos é importante... mas ser lido é essencial!

Golinhos ácidos.

"Em cada palavra pulsa um coração. Escrever é tal procura de íntima veracidade de vida. Vida que me perturba e deixa o meu próprio coração trêmulo sofrendo a incalculável dor que parece ser necessária ao meu amadurecimento - amadurecimento? Até agora vivi sem ele!"
(Clarice Lispector)

12 de mai. de 2008

O espertinho do elogio

A professora entra na sala. É dia de avaliação. Ela olha com carinho para seus alunos da 8ª série, que estão apreensivos.

- Galerinha, desmanchem a segunda e a quarta fileira. Permanecerão, somente, a primeira, terceira e quinta.

Começa aquele barulhinho de adolescente mudando de lugar.

- Vamâ lá! Guilherme, você vem pra frente.

- Ah, professora...

- Vamos!

Após todos os alunos ficarem bem visíveis, a professora entrega as provas e lê, com eles, as questões.

- Podem começar. Não se esqueçam de que não aceito rasuras.

- Professora, pode ser de lápis?

- Carlos, em todas as avaliações, você faz a mesma pergunta. Ainda quer que eu responda?

- Ah, eu tenho esperança de que sua resposta mude!

- Não, não pode ser A LÁPIS.

Todos riem. A professora pede silêncio e eles começam a resolução.

De repente, em meio ao silêncio, uma mãozinha fofuxa se levanta. Era o Matheus:

- Professora, me explica a questão 3 ?

- Matheus, já expliquei.

- Tá, eu sei mas é que eu não consigo responder...

Ela faz uma careta: põe a língua pra fora e envesga os olhos.

- Professora, sabia que você é linda até quando fica vesga?

- Hmm... sei....

- Responde a questão número 3 pra mim, vai?

10 de mai. de 2008

O aviãozinho

A Professora está sentada, esperando que os alunos terminem a atividade passada. De repente, um avião de jornal bate em seu ombro. Ô coitado do infeliz que jogou logo se acusa com aquela cara de "Ops!".

- Menino, tá pensando o quê? Não sou aeroporto pra você fazer esse avião pousar!

- Ah, professora... tá certo. Mas o avião não pousou. O que houve foi um acidente aéreo!

- Hã?

- É... Um avião se chocou com outro!

9 de mai. de 2008

Agradecimentos

Não sei se vocês perceberam, mas o Soda Cáustica e Guaraná tá de layout novo. E o responsável por essa cara nova que, convenhamos, ficou supeeeeeer a minha cara, é o Vini, do Bola 18.

Um dia, encontrei um bannerzinho e fiquei pentelhando porque precisava de um novo pro SC&G. Um que fosse bem feitinho, bonitinho, parecido comigo! E foi então que o SUPER Vini me deu esse banner lindo, maravilhoso, poderoso e glamuroso!

Então, nesse post, eu quero agradecer o pitanguinha pelo presente, que eu AMEI!!!

Muito obrigada, querido!! Muito mesmo... tô te devendo uma!!!

Também ganhei, por esses dias, 2 selinhos.

Um selinho foi do queridíssimo Antônio e da Renata; o outro foi da , maravilhosa!

Queridos, fiquei super contente pelo carinho.

São esses os selinhos, dos respectivos premiadores.. rsrrs




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E agora, a hora de repassar os selinhos.
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And the Oscar goes to:
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Todos os meus mimos, maravilhosos, que amo!
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Golinhos ácidos pra vocês!
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7 de mai. de 2008

Consciência

Sempre acreditei que uma pessoa espera a outra, embora tenha me esquecido dessa crença nos últimos meses.

Nunca tive pressa e muito menos necessidade de encontrar alguém para ser meu, mesmo quando todas as minhas amigas encontraram essas suas respectivas pessoas. Eu me recusava a ir pra forca porque meia dúzia havia resolvido se enforcar. Mantive firme meus pensamentos. Meus planos e objetivos eram mais fortes que qualquer solidão ameaçadora. Aliás, nunca tive medo da Solidão. Ela se demonstrou uma fiel amiga quando precisei e não exige de mim aquilo que não posso dar: dedicação total.

Acho engraçado algumas pessoas que têm medo. Talvez o silêncio atormente um pouco, mas é justamente por isso que é super produtivo: nos faz refletir e chegar a boas conclusões.

No fundo, eu sempre soube que alguém esperava por mim com a mesma intensidade que eu o aguardava.

Só não imaginava que ele estava tão próximo de me encontrar...
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"Quantos dias eu ainda vou esperar?
E quantas estrelas eu vou tentar contar?
E quantas luzes na cidade vão se apagar?
Enquanto ela não chegar."
(Frejat, Enquanto ela não chegar)

6 de mai. de 2008

Durante a aula...

- Façam a atividade na página 64.
Três garotos entram na sala atrasados. Sentam na fileira do meio, mais pro fundo da classe. Passam-se 30 minutos.

- Vou passar olhando e tirando as dúvidas.

Alguns alunos fingem olhar pro livro. Os mais descaradso abrem o caderno.

- Menino, você nem tirou o caderno da mochila!

- Ah, professora... tá frio.

- Tá frio, você levantou da cama e veio pra escola pra não fazer nada? Ficasse na cama então! Agora, já que tá aqui, vai fazer...

- Tá bom...

- E, por sinal, você nem tirou a mochila das costas ainda!

Olhei pra cara dele e consegui enxergar o rosto daqueles burrinhos que ficam amarrados a uma cerca, com carga presa às costas.

3 de mai. de 2008

Os opostos se distraem, os dispostos se atraem

De uns tempos pra cá, comecei a duvidar da tal física, sobre elementos positivos que se repelem.

Na verdade, positivo atrai positivo. Essa é que é a coisa.

Quando passamos a acreditar que tudo vai dar certo, independente do tempo e da dor que sentimos, as coisas realmente começam a acontecer.

Em uma semana, muita coisa mudou na minha vida e nada me tira da cabeça que foi o positivismo que trouxe tudibom pra mim.

Maio, apesar do vento gelado e da escassez de idéias, começou com ótimas notícias.

Minha professora da especialização aceitou orientar minha pesquisa e, dessa forma, reavivou minha esperança de ter uma porta aberta ao stricto senso. Agora eu só preciso ultrapassar essa porta e fazer valer a pena. Dessa forma, vai-se exigir muito de mim e vou ter menos tempo de escrever... além das minhas idéias, que estarão voltadas interamente ao processo de aprendizagem das crianças esquizofrênicas e/ou autistas.

Com essas coisas acontecendo, não há possibilidade de me entristecer. Aos poucos, tudo vai caminhando pra realizar as 8 coisas que desejei antes de morrer e, quem sabe, eu possa acrescentar mais 8 e mais 8... e assim por diante.

Também quero dizer que, além dos projetinhos profissionais, tem alguém fazendo muito bem pra mim.

Às vezes, bate aquele aperto de saudade, mas eu sei que é por pouco tempo e logo haverá possibilidade de resolvermos tudo e qualquer coisa que estejamos dispostos a resolver.

Sei que esse post não tem nada de poético e muito de informativo, aliás, sobre a minha vida... coisa que não costumo fazer. Mas acredito que os meus queridos tenham percebido esses acontecimentos nas minhas entrelinhas, enquanto Cecília se colocava em narração.

Espero, do fundo do coração, que a minha poeticidade volte à tona e me deixe escrever novamente, sobretudo sobre Cecília e Laura, que precisarão sempre de uma história feliz, e que as ironias e acidez do nosso cotidiano não tomem conta daquilo que chamamos de felicidade.

Ótimo fim de semana e um golinho ácido sabor morango para todos vocês.

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"[...]E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
[...]
Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
redignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.
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Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consister
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém."
(Clarice Lispector, A lucidez perigosa)

2 de mai. de 2008

O tempo...

Vento gelado, garoa e muito frio. Não há como negar que Maio chegou e trouxe com ele meus dias de urso.

Com o frio, parece que minhas palavras estão se encolhendo como os músculos do corpo. Essa foi a 20ª vez que tentei escrever algo interessante sobre o passar do tempo e as minhas idéias não conseguiram se organizar.Só pode ser medo do frio...

Apesar dos meus vocábulos estarem ibernados, me mantenho feliz. Passo a acreditar em tudo aquilo sobre o que já duvidei um dia... Sim, eu voltei a sentir saudade e tá sendo 'bão demais'.

O que me alivia, de verdade, é saber que, em um dado momento, não precisarei mais pensar no que estou fazendo. Passarei a ser a letra, a tinta, o papel e a palavra.

Chegou o momento pelo qual esperei a vida inteira: ser lida.

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"A vida é uns deveres
que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ª feira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
Seguia sempre, sempre em frente...
E iria jogando pelo caminho
a casca dourada e inútil das horas."
(Seiscentos e sessenta e seis, Mario Quintana)
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Mesmo depois de tanto blá blá blá, desisti de falar sobre o passar do tempo porque ninguém conseguiria melhor que ele aí em cima, o 'eu passarinho'.
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Golinhos ácidos.