Ela só queria estar perto, dormir abraçada, ficar quietinha, sentindo o calor da respiração.
Mas ele não conseguiu. Não sabia confiar nas pessoas. E deixou tudo morrer, aos poucos. Tirando um pedacinho dela todos os dias. Com doses homeopáticas de veneno diário.
E a explosão das lágrimas aconteceu na hora do banho. Ela não queria mais chorar por ele. Ela não queria sentir aquilo que sentia. Aquele sufoco, como se a sua via respiratória fosse obstruída por alguma coisa cortante...
A boca se abriu o mais que podia, tentou respirar, suspirou. Sentia dor. Dor incurável, dor insuportável. Nenhum analgésico podia fazer aquilo passar. E ela não sabia o que poderia fazer pra não sentir.

Sem anestesia, tiraram seu coração.
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"Perto de você, eu não pude ficar.
Tente não me esquecer. Eu vou tentar sempre te amar."
[Bromélias, Bidê ou Balde]