14 de nov. de 2008

[Im]Perecível

Você desejou muita coisa na sua vida, não é mesmo? Sempre correndo, com pressa, querendo abraçar o mundo... E então a vida te colocou de castigo e você precisou desacelerar seu passo, andar mesmo devagar nesse caminho que foi trilhado PARA você, mas que não seria POR você se pudesse escolher.
E é isso que faz com que se identifique com aquela música que a gente cantava tentando chegar a um acordo sobre a felicidade.
Foi essa armadilha da vida que tornou os olhos verdes vívidos em olhos de ressaca, daquelas ressacas em que o mar invade a cidade litorânea e leva todos os brinquedos esquecidos na areia.
Eu sei que você não queria essa transformação. Sei também que anseia por um momento de paz. E eu acredito que vá chegar a sua vez, mesmo tarde, vai encontrar o caminho; vai sentir a liberdade dentro, fora, de todos os lados...
E então vai se perder; vai escolher o caminho errado, tentando acertar; vai embora de mim, de você, de nós; buscar outra cidade, quem sabe outro país... e depois vai descobrir que errou, que, tentando recuperar o tempo perdido, tomou o atalho do equívoco... e vai querer voltar, mesmo com medo, para perto de mim. Mas eu não estarei mais no mesmo lugar; eu terei tomado meu rumo, chegando em algum ponto do futuro que você não poderá alcançar.
E seguiremos os dois, por caminhos distintos, tentando consertar os mesmos corações partidos diversas vezes pelo mesmo amor irremediável.

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Sei que sumi, que estou em falta com vocês. Tive um problema com o 'raio' do 'speedy', mas tudo se resolveu já. Este fds eu prometo colocar minhas coisas em dia, principalmente as visitas que ando devendo.
Um grande beijo.

2 de nov. de 2008

[In]visível

Olhou no fundo daqueles olhos verdes. Viu tanta coisa, como se fossem janelas para o passado.
Estremeceu. Ele não conseguia manter os olhos fixos nos dela, disse que causava aflição, mas não imaginava que a aflição maior não era a dele.
Ela sabia que não devia ter olhado no fundo daqueles olhos. Quando consegue ler o que passa ali dentro, se apaixona ainda mais.
Surpreendeu-se. Ele disse que as pupilas dela resplandeciam; conseguia ver tudo sobre ela, sentir o que estava guardado.
E o feitiço virou-se contra a feiticeira de olhos vívidos e expressivos.
Certas vezes, orgulhara-se por isso mas, naquele momento, se sentira nua, como se ele tivesse descoberto todo o amor que ela tinha a oferecer.
Se descobriu, não quis aceitá-lo. E partiram-se os dois: ele, para casa; ela, o coração.