29 de mar. de 2011

Me and the City...

Carrie Bradshaw já dizia que toda mulher com os seus vinte e tantos anos sai de casa e vai morar em New York em busca de duas coisas: Marcas e Amor.


Fui uma das muitas garotas que sonhou em sair de casa com destino a New York City... and there I was!

Quando tudo aconteceu em minha vida, estava preparada para enfrentar o novo e descobrir o que eu realmente estava fazendo no mundo. Acreditei que, saindo de meu casulo, poderia sobrevoar novos jardins e encontrar o que eu era. Não que eu ainda não soubesse quem sou, mas sempre fui uma parte incompleta de mim mesma: era incalculavelmente presunçosa e pensava ser capaz de controlar todas as coisas que me aconteciam durante a volta que a Terra dava.

Em 2010, me tornei uma das pessoas mais felizes da superfície terrestre. Realizei todas as coisas que sempre busquei... E não por golpe de sorte. Passei 10 anos plantando e cuidando de minha plantação para que pudesse colher bons frutos. Obviamente contei um pouquinho com a sorte e com a boa vontade de muita gente envolvida em minhas realizações. Gente que não posso deixar de agradecer, embora não haja palavras e gestos suficientes para isso.

Eu não me arrependo de ter ficado, quando voltei. Talvez se tivesse subido no avião pela segunda vez, nunca voltasse a ser quem sou. Mas, às vezes, penso ter deixado meu brilho perdido em algum lugar da Broadway, ou do Village, nas esquinas da 5th Avenue, ou na elegante postura da Madison... Porque eu costumava brilhar em meus sapatos coloridos e meu cabelo aloirado.

Hoje, bem... Talvez o brilho não seja o mesmo, mas ainda estou procurando por meu ponto de luz...

E saibam: posso ter ido à New York em busca de marcas e amor, mas encontrei algo muito maior por lá. Metade de mim perdida, algo que me trouxe o autoconhecimento.

24 de mar. de 2011

E se eu chorar...

Talvez chorar seja a única coisa que alivie a angústia que sentimos. Já ouvi muitos conselhos que diziam: “Não chore, não vale à pena”, “essa pessoa não merece uma lágrima” e até mesmo “chore em doses homeopáticas para não acelerar o aparecimento de rugas”, mas a verdade é que nada disso funciona. Quando se está magoada e ferida, a angústia toma conta de todo nosso corpo. Aliás, em alguns casos, é como se tivéssemos tomado uma surra. Digo por experiência: dói, e a dor é física.


Algumas vezes nós nem sabemos de onde vem a dor. Ela está tão generalizada que é difícil definir. Dói o peito, dói o braço, dói o estômago; você sente enjôos ao comer, desiste de comer e não sente falta disso; você não tem vontade de levantar da cama de manhã, como se tivesse sido atropelada; até a vontade de tomar banho, você perde! E então alguém que já chorou, sofreu e amou te diz pra não chorar! Como assim?

Quer saber logo a verdade? Chore! Chore como se nunca tivesse amado antes! Chore como se você fosse atriz de um dramalhão mexicano! Enfie-se embaixo do chuveiro, deixe a água correr, deixe a lágrima cair e, se não tiver mais forças para se manter em pé, encoste a cabeça na parede e abrace seus joelhos, e então chore até que seus olhos sumam de sua face, de tão pequenos...

Então eu te digo: você vai sair do banho com cara de pastel, mas pode apostar que na manhã seguinte não haverá mais lágrimas. Logicamente a dor não vai sumir do dia para a noite, mas este será o seu recomeço, eu não tenho dúvidas. Palavra de escoteira!

13 de mar. de 2011

Metamorfose

Tudo começou com aquela viagem. Na verdade não sei se metade minha ficou quando fui, ou se esqueci de me trazer quando voltei. Só sei que meus sapatos coloridos mudaram, foram da glória ao lixo, substituídos por aqueles neutros, os do dia-a-dia. Eu não trouxe o brilho da Broadway comigo; deixei o meu na Times Square.


Quando sai daqui, tinha certeza que muita coisa ia ser diferente. Eu só não acertei as coisas que mudariam. Foi surpreendente.

O tempo é mesmo um amigo imprevisível. Ele transforma tudo o que você conhece, ou acha que conhece. O tempo te transforma e você não consegue se lembrar em que momento as mudanças aconteceram.

Seria simples pensar que todos nós aprendemos com o tempo. Tempo, o mestre de todas as lições que não nos ensinam na escola. Mas quando menos esperamos, estamos caindo no mesmo erro, repetindo a mesma falha, marcando o mesmo passo. Talvez isso aconteça porque ficamos preocupados demais em acertar e acabamos esquecendo-nos de prestar atenção aos detalhes mais importantes, aqueles que poderiam nos salvar de errar o caminho e cair em um buraco novamente.

Mas, se pensarmos bem, nós podemos cair em diversos buracos ao decorrer da vida, o importante é que não caiamos diversas vezes no mesmo buraco.