30 de jan. de 2010

As escolhas que a vida não faz

No amor, assim como na vida, nós vivemos das escolhas que fazemos. Em todos os momentos elas são exigidas: para que lado ir, que caminho tomar, o que comer, o que não fazer...

E após algumas decisões, passamos a vida a perguntar se fizemos o certo.

Os relacionamentos fazem parte de nossas escolhas. Escolher ficar ou ir embora é uma das coisas mais importantes que devemos fazer. É o que vai mudar o nosso rumo, o que vai dignificar [ou não] as nossas atitudes. Entretanto essas escolhas devem ser impostas à você por ninguém mais que você próprio. Ninguém poderá te dizer que está na hora de escolher. Se isso acontecer, você precisa se perguntar se realmente está tomando conta da sua própria vida. Deixar que as pessoas te digam a hora certa de escolher é deixar de tomar as suas decisões. E se alguém te mandar escolher, você deve parar e dizer: “Tudo bem, já que você está indicando a hora em que eu tenho que fazer minha escolha, faça - a por mim”.

Já há algum tempo em que venho ensaiando uma maneira de falar sobre isso. Isso que eu digo são as dúvidas que existem em nossas vidas. Dúvidas que são impossíveis de extinguir, que sempre existirão. Não importa o quão incisivo você seja, ficará em dúvida ao menos uma vez. E essas dúvidas não são relacionadas apenas ao trabalho, ao caminho, ao almoço de amanhã... Mas elas estão presentes principalmente quando encontramos alguém que... bem, que mexe com os nossos instintos mais obscuros. Elas estão presentes quando você sente a necessidade de fazer algo que não quer, ou ainda quando você quer fazer algo que não deve.

Neste ponto introduzo uma questão que vive perambulando pela sociedade: Se nós sabemos que por trás de todo desejo nem sempre existe um sentimento, se sabemos que o sexo é uma necessidade fisiológica e que poderia ser saciada com qualquer pessoa que nos atraísse, por que nós insistimos em achar que uma pessoa pode realmente gostar de nós quando, na verdade, a atração física é o que está coordenando todas as palavras e ações que esta pessoa dirige a nós?

A maior verdade é que nós não conseguimos deixar de criar expectativas. Nós conhecemos as pessoas e, infelizmente, esperamos algo delas. Não que elas não sejam capazes de surpreender às vezes, mas nós sabemos que, na maioria delas, não querem corresponder ao que esperamos. Uma hora, mais cedo ou mais tarde, vamos nos machucar. As pessoas vão dizer adeus, virarão as costas e... bem, você vai esquecer que era só um desejo e vai querer chorar por não ter sido surpreendida mais uma vez.

Algumas vezes nós precisamos aprender a fazer uma distinção entre o desejo sexual e o desejo social. Algumas vezes nós precisamos fazer de conta que o coração não bate e o pulso não pulsa. Precisamos fazer de conta que somos animais selvagens sedentos por manter a espécie a salvo. Mas só por algumas vezes. Não tenha isso como regra à sua existência.

E, embora as dúvidas nunca sejam extintas, devemos saber que as escolhas partem de nós. Nós escolhemos como agir e se devemos ou não sofrer. Nós escolhemos como finalizar uma história. Nós escolhemos o tipo de solidão que queremos. Nós escolhemos o amor ao sexo; ou o sexo ao amor. Mas, com certeza absoluta, todos nós temos o mesmo fator influenciável para estas escolhas: a busca pela felicidade.

Talvez o caminho para a felicidade seja, apenas, aprender que nós podemos amar as outras pessoas sem exigir nada em troca.

22 de jan. de 2010

Alice e Pedro

Tenho acompanhado uma história de amor no blog “De todo Outono se faz a Primavera”. Quando vi o primeiro vídeo de Alice, assustei: “Era Alice a minha personagem? Ou será que era a personagem que existe dentro de todos nós? Ou, então, todos nós passamos por uma situação parecida?”. Fiquei horas pensando sobre o primeiro vídeo de Alice para Pedro. H-O-R-A-S! Simplesmente porque eu podia entender a situação do “primeiro e último encontro, já que nos encontraríamos anos mais tarde, quando estávamos completamente diferentes”.




Criei um vídeo – resposta pra toda essa história de amor, assim como foi proposto pelo projeto.


Deixo aqui o link do blog e uma missão: Veja e responda também. Faça parte dessa história de amor.


Beijinhos

19 de jan. de 2010

O que são nove anos?

Nove anos podem ser comparados a 9 minutos ou 9 horas de uma vida. Nove anos podem passar num piscar de olhos.
Você tem 16 anos e, nove anos depois, você está com 24... Parece que foi ontem que ele ainda raspava a barba por fazer no seu rosto, só pra deixar aquela vermelhidão e você morrer de rir enquanto ele te segurava.
Na verdade, são momentos que ainda estão muito vivos dentro de você. Momento que você nunca vai esquecer e ninguém, nem nada, poderá apagar. Há nove anos, um cara se sentava ao seu lado na mesa do almoço aos domingos e, quando você ia enfiar aquela garfada na boca, sua mão se sentia presa por ninguém mais que ele. Você olhava pro garfo, olhava pra ele e não conseguia se esquivar daquela força no seu pulso. E você amava aquilo. Todo domingo, disputava com os primos o lugar na mesa. Queria que fosse ao lado dele, só pra ter a emoção de ficar esperta ao movimento do braço dele.
Era por causa dele que você não tinha muita vontade de almoçar aos domingos também. Ninguém sabia, mas ele fazia uma ‘lotação’ no carro com as crianças, ia pra feira e pagava pastel com coca-cola pra todo mundo às 10 horas da manhã. E, ao meio dia, quem é que queria comer, minha gente? Nenhum de nós, obviamente. Era o segredo do domingo. O segredo que todo mundo guardou. Os pais sabiam, as mães não. E quando nós contamos, era porque tínhamos a certeza de que elas não poderiam brigar com ele nunca mais por isso.
Nove anos não é nada. Nove anos, na verdade, não chega nem a doer quando você tem tantas coisas boas pra pensar. Nove anos não é nada comparado a uma vida ao lado dele. E, por mais incrível que possa parecer, eu ainda te sinto aqui, Vô “Cride”.

18 de jan. de 2010

Entre o certo e o errado: equilibrando seu caminho

Nós sempre acreditamos que aprendemos com os erros. Acabamos errando novamente, talvez pela arrogância em pensar que, errando apenas uma vez, aprendamos o que é o certo.
Não posso teorizar muito sobre o assunto por dois motivos: não devo e não tenho estatísticas para me apoiar. Mas ouso dizer o que eu sinto. Ouso dizer o que vi, o que vivi. Nenhuma estatística pode ser contrária a isso. Ela pode, sim, mostrar que com a maioria é diferente. Mas o que a estatística sabe sobre mim? Ela algum dia parou à minha porta e perguntou o que eu sei?
Particularmente, penso que não há teorias o bastante para impor regras aos relacionamentos, principalmente sendo eles tão humanos como são. Não há regra para as reações de pessoas diferentes. Não há regras para sentimentos. Não há nenhuma regra que dite a idade em que você deva se apaixonar, em que situação você sofrerá mais e, muito menos, após quantas experiências dolorosas você deve aprender o necessário para saber com não passar por elas.
A gente sempre acha que aprendeu o bastante com os relacionamentos anteriores. Nós vivemos muitas coisas. Muitas mesmo. Vivemos coisas que não gostaríamos de viver, mas que são necessárias. No momento da dor, a gente chora, sofre, pensa que vai morrer e, mais tarde, quando tudo se acalma, a gente percebe que foi necessário, não saudável, mas necessário para o amadurecimento.
Entretanto, será que somos maduros quando mais precisamos de maturidade? De onde vem o discernimento que precisamos para saber o que é certo? E o que é certo e errado? O que eu sinto? Como devo agir?
Talvez a maturidade exista e, bem no fundo, você saiba como deve agir... Contudo, o que você sente vai contra o julgamento de ‘certo e errado’. O certo seria ir embora, fazendo de conta que não se importa mais. O errado é ficar, permanecer; errado seria contar a verdade, entregar-se como nunca fez antes: abrir o jogo e dizer que quer ficar, que não se importa com o que vai colher mais tarde.
É errando que se aprende? Eu não duvido disso, mas tenho lá a esperança de aprender antes de errar. Já dizia o povo que “errar é humano” e não há nada mais humanos que errar com outros seres humanos.
Nós queremos acertar. Temos boas intenções. Tudo o que a gente mais quer é alcançar a felicidade e, para isso, a gente encontra um caminho cheio de pedras: grandes, pequenas, impossíveis de ignorar...

Mas... Será esse o caminho para o tão sonhado “felizes para sempre”?

10 de jan. de 2010

Relacionamentos: o novo mal do século XXI

Há alguns anos estou tentando me convencer das coisas que nós, mulheres, não devemos fazer. Não é uma visão machista a respeito da sociedade feminina. Muito menos uma visão feminista da sociedade masculina. É apenas uma coisa que eu venho maturando em minha “cachola” e, além de maduro, tá ficando estragado.

Nós queremos amor, carinho, compreensão, gentileza. Nós queremos um homem que cuide de não nos machucar. Queremos.

Então, um belo dia, esse homem aparece e... já era. Ele não é aquele que acelera o batimento cardíaco e deixa a boca seca.

O cara que vai te deixar assim nunca irá ligar no dia seguinte, mesmo que ele peça insistentemente o seu número ou mande uma mensagem de boa noite no exato momento em que você cruzar a soleira da porta. Esse cara, esse mesmo que te deixou maluca, vai sumir. Vai viajar. Vai responder sua mensagem [se você mandar] com desdém. E, quando encontrá-lo, estará empenhadíssimo numa nova ‘caçada’.

Muitos livros, ultimamente, andam ensinando as mulheres: “Ele simplesmente não está tão a fim de você”; “Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?”; “Homens são de marte e mulheres são de Vênus”. Alguma semelhança entre eles? É isso. As pessoas estão empenhadas em mostrar que somos diferentes. Homens e mulheres querem coisas diferentes. Esperam de forma diferente. Amam diferentemente.

E o que resta fazer? Essa é uma pergunta que eu não vou conseguir responder... Então, se alguém puder, por favor: LUZ, LUZ, LUZ!!!

6 de jan. de 2010

Como se acostumar com a solidão?

Mesmo vivendo em uma cidade do tamanho de São Paulo, sempre existe alguém que se sente só. Ninguém, em plena consciência, diria que não. Você pode estar numa festa, envolvido em conversas de todos os tipos e, no fim da noite, sentir a solidão. Você pode não dormir sozinho, mas Ela está ali, ao seu lado, só esperando o momento certo para te pegar.

Todos nós precisamos da solidão. Para o bem ou para o mal, é uma coisa necessária. Solidão não é quando você sente falta de alguém que já foi, não é quando você se senta sozinho para tomar um café no shopping. Solidão é quando você se perde de si próprio e não consegue encontrar. Alguns momentos pedem a solidão para que consigamos colocar as idéias em ordem, pensar qual é o melhor jeito de fazer uma coisa ou realizar um projeto. Mas não muito  tempo. Nós precisamos de pessoas que nos ouçam, que falem para que nós ouçamos.

E então cabe a você decidir qual é o tipo de solidão que quer carregar: a solidão como sentimento de liberdade ou como abandono?

Nós, seres humanos, buscamos nossa liberdade durante séculos e até hoje muitas pessoas não se relacionam com outras de forma a assumir um compromisso por medo de colocar em jogo essa tão almejada liberdade. Sentir-se sozinho é um preço que se paga pelas escolhas. Entretanto, ninguém tem que ser solitário o tempo inteiro: as pessoas precisam uma das outras e não é vergonha nenhuma pedir companhia.

5 de jan. de 2010

Instinto x Sociedade

Em todas as sociedades, nós, mulheres, estamos num sistema de constante decadência: diminuem qualidades e quantidades de homens.

Talvez o assunto não seja interessante. Talvez os meus leitores (homens) tenham vontade de atirar em mim. Ou, talvez, deixando toda e qualquer hipocrisia de lado, no fundo, concordem comigo. Logicamente não será necessário deixar seu comentário concordando, mas nós dois sabemos que você dará aquela risadinha ao ler o que eu tenho a escrever.

A verdade é que os homens não conseguem manter a “monogamia” por muito tempo. Sei que isso vem desde a pré-história. E é até compreensível que vocês olhem para o lado ao ver passar uma mulher bonita, toda cheia de curvas. Essa sempre foi uma função do homem: procriar, manter a espécie. E, para isso, os olhos procuram aquilo que os hormônios pedem. Mas, como todo bom ser humano, vocês vivem em sociedade, que pede para que controlem seus hormônios e sigam algumas regras que foram impostas, ou melhor, sigam as leis de convivência para que vivamos de maneira tranqüila e pacífica. Afinal, não é de agora que a guerra dos sexos vem acontecendo.

Eu digo isso inspirada num caso muito recente: um amigo deu uma festa. Fim de ano regado à álcool e amigos. Chamou todas as amigas, inclusive uma “ficante” e uma antiga paixão. Se ele tivesse pedido a minha opinião antes, eu diria “Escolha uma, ou outra”. Entretanto, ele não foi esperto o suficiente para ouvir a voz de uma terceira mulher e... se enfiou de cabeça num buraco [quase que literalmente].

No decorrer da noite, após muita champagne... ele sumiu. E junto dele, a ‘ficante’. A outra menina ficou tão desolada que eu achei que 2012 havia chegado. Ela foi embora. Hoje, após quase uma semana, ele percebeu o grande erro da vida dele. Tentou pedir desculpa. Nenhuma resposta. E eu, como boa amiga, ajudei-o moralmente dizendo: “Bem feito. Acho pouco.”
 
Na vida, temos que aprender com os próprios erros, não importa o quão doloroso seja para nós, ou para os outros. E vocês, homens, precisam aprender que todo mundo faz de conta que acredita na monogamia de vocês, o problema é quando vocês não sabem como acreditar também.

2 de jan. de 2010

ReNove - 2010

Há algum tempo venho me perguntando qual é o sentimento que rege as pessoas durante as comemorações de final de ano.

Em época de Natal, segundo algumas pesquisas, a solidariedade e a compaixão do ser humano aumentam. É aquela coisa: todos nós queremos compartilhar as experiências, dividir o que temos, doar o que não nos fará falta. E então eu venho aqui para dizer que a solidariedade não é doar aquilo que não nos fará falta ou aquilo que nos sobra. Ser solidário é doar sem que você tenha sobrando, é compartilhar das emoções e sentir a dor (ou a alegria) do próximo sem que isso tenha real poder de afetar a sua vida (e, mesmo assim, você está ali, sendo solidário). Solidariedade é ter um pão, partí-lo e ceder uma metade.

Fim de ano. Réveillon. Esperança de uma vida nova. Vida nova? Foi isso mesmo que pensei? Nós não podemos esperar uma vida nova se não estivermos totalmente dispostos a abrir mão dos antigos hábitos, das antigas paixões, dos antigos vícios. Como é que podemos esperar uma vida nova chegando junto a um novo ano se não conseguirmos nos fazer novos?

Novas pessoas. É isso que queremos ser. E como é que vamos atingir esse desejo? Deixar de ser. Tornar-se outro. Cortar os defeitos. Reconstruir qualidades. Viver o novo. Apaixonar-se novamente. Dar valor a outras qualidades... Tudo isso é um desafio. Viver um novo ano será sempre um novo desafio. Para quem teve um mau ano, ansiedade para que ele passe e outro venha. Para quem teve um bom, que sejamos melhores: tenhamos coragem de enfrentar os novos obstáculos, consigamos alcançar as expectativas.

A verdade é que todos nós esperamos renovar. Renovar é o verbo que rege o fim do ano. Se eu não consegui descobrir o sentimento, descobri este verbo. Renovar as forças, as esperanças; renovar as finanças, começar de novo, pagar aquela dívida, agarrar aquele trabalho, começar um novo estudo, investir num novo projeto. Renovar pode ser até levado para o lado fútil [e útil] da coisa: o guarda-roupa, a sapateira, a gaveta de lingerie!

Não importa o que você queira renovar, importa que você coloque em prática as ações que te levarão a essa renovação.

Renove sua vida, suas paixões. Renove seus vícios, suas virtudes, seu coração.

Renove. Essa é a ordem para 2010.

Que sejamos felizes, capazes, e novos neste ano que começa agora!

[Eu, por exemplo, preciso começar renovando o blog! ]